A proposta intitulada “Eixo Verde” nasceu a partir dos resultados produzidos pelo projeto de extensão Universitária da Universidade Vila Velha, coordenado pelos professores Giovanilton Carreta e Marcos Spinassé, no ano de 2011.

O projeto de extensão, denominado “Desenho Urbano e Ordenamento Territorial de região da Grande Terra Vermelha, no município de Vila Velha, no estado do Espírito Santo” adotou a metodologia participativa como componente essencial ao processo de planejamento e desenho urbano, com o intuito de aproximar os moradores e usuário da região, trocar experiências e abastecer de informações os participantes do projeto que, a partir da leitura participativa, foram capazes de ampliar o repertório acerca da área, marcada por um processo de segregação e precariedade urbana, cujos moradores são desprovidos dos direitos básicos como moradia, infraestrutura básica e qualidade de vida. Para isso, buscou desenvolver diretrizes de ordenamento territorial e desenho urbano da Grande Terra Vermelha, região localizada na cidade de Vila Velha, no Estado do Espírito Santo. O projeto de extensão envolveu a participação de alunos e professores do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Vila Velha, moradores da região e lideranças comunitárias do local. As diretrizes que pautaram o desenvolvimento do projeto foram: mobilidade e acessibilidade interna dos bairros, sustentabilidade urbana e ambiental e integração comunitária.

A pesquisa desenvolvida no projeto de extensão procurou ainda identificar os principais eixos de mobilidade e acessibilidade interna aos bairros, de acordo com a percepção dos moradores e a realidade do local. Foram definidos quatro eixos principais de acesso e circulação: os eixos azul, amarelo, verde e vermelho. O eixo verde situa-se ao longo do canal do Congo, região ocupada atualmente por invasões com moradias insalubres e sujeitas às inundações.

Foi possível também identificar a enorme carência da região por equipamentos urbanos e espaços paisagísticos que promovam a vivência urbana e incentivem a troca e o compartilhamento necessários para o estabelecimento da cidadania. Os raríssimos equipamentos de lazer existentes são desprovidos de desenho urbano adequado e possuem uma ambiência que impede o estabelecimento de uma maior coesão social.

A estrutura do trabalho se subdivide em duas etapas: a primeira etapa apresenta a contextualização histórica da região, a análise dos dados censitários de 2010; o diagnóstico urbanístico, que aborda aspectos relacionados ao território e a mobilidade urbana; o diagnóstico participativo que busca conhecer a percepção dos usuários com relação à vivência na região e seus anseios. A segunda etapa propõe o desenvolvimento de uma proposta conceitual para a implantação de um parque linear ao longo do Canal do Congo, o “Eixo Verde”. A proposta do parque linear pretende em seu maisverde ambicioso desejo, estabelecer, através da criação de equipamentos de lazer integrados, elementos que estimulem a coesão social e possam colaborar para a diminuição do sentimento de exclusão social a que estão sujeitos os moradores.